Wednesday, March 30, 2011

Sanidade Maquiada em Loucura

Elefantes no outono de céu avermelhado. Dores de corpo fragmentando dores de alma. Corações despedaçados. Balas de prata naufragando em oceanos de areia. Sanidade maquiada em loucura. Sexo disfarçado em inocência.

Pecados. Me mostre os seus pecados. Santifique a minha alma. Piscinas de álcool abraçando o meu corpo. Espingarda nas mãos. O sangue colore o céu. O azul, de púrpura e laranja, está vermelho. O sangue no meu corpo. Por dentro, por fora. Gerando dúvida enqunto se mistura em minha alma.

As armas são sorrisos. As lágrimas, escudos de vidro. Não há “porquês”. Nada há de existir. Mundo metafórico. Pedaços de sofrimento enraizados no solo da minha loucura. As vozes gritam por dentro de mim. Você consegue ouvir a minha agonia?

Presente de deus. Alma nobre, coração impuro. Não há água que me limpe. Não há pétalas em minhas flores. Jardim descampado. Grades, cerca, arame farpado. Tudo me separa da felicidade. Os céus se abrem nos raios do sol. As nuvens me ofuscam. Não há convite. Não há mais nada, aqui, pra mim.

As chamas dançam. Me seduzem em seu altar. A bruxa se encaminha para a fogueira. Eu sou a bruxa. O fogo arde do ódio. Do meu e do seu. Me deixe esquecer que estou viva. Me deixe ser, apenas, pecado: limpo, puro, cruel...

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