Tuesday, March 1, 2011

011-14-06

Não me telefone. Eu não quero ouvir a sua voz. Não quero que você me diga que gostou de me conhecer; não quero que me chame para sair. 

Não, não me telefone. Não quero te encontrar pra uma cerveja e descobrir que temos o mundo em comum. Não quero perceber que você é exatamente tudo o que eu esperei toda a minha vida. Eu desisto de todos os momentos de felicidade que poderíamos ter; Dos nossos filhos e netos; Das nossas rugas surgindo e crescendo juntas, enquanto tudo que sentimos amadurece.

Eu não quero lembrar o seu nome. Não quero fazer planos. Não quero ter medo de te ver partir (o meu coração). Não quero te fazer chorar, nem que de alegria. Não quero ter que sentir.

Eu desisto dos gestos românticos que planejei a vida toda. Não quero colocar letra naquela balada que eu fiz. Não quero te desenhar usando, apenas, o coração do oceano. 

Não me telefone. Não quero ver toda essa eternidade se dissipar em sexo barato; Em promessas vazias. Não quero que você minta, assim como eu não quero mentir. Deixemos de lado a construção deste castelo de cartas. O ébrio nos permite essas verdades: queremos a mesma coisa. E agora. 

E eu vou te dar o meu número, no fim de tudo, mas, não, não... Não me telefone.

2 comments: